24 de outubro de 2013

Águas claras com lodo no fundo

"Nem sempre uma linda cara
Traduz encanto no mundo
Há mil fontes de água clara
Cheias de lodo no fundo."

21 de outubro de 2013

Da próxima vez


"Da próxima vez, vou estar atento à tua fisgada
Encruzilhar-me na tua bancada
Ficar num canto e não me mexer

Mais uma vez, vou seguir todos os teus caminhos
Fugir fingindo que me vês sorrindo
P'ra te fitar quando eu puder

Quero ser, personagem de banda desenhada
Onde me assumo numa cena errada
E em que todos me vão descobrir

Quero ficar um pouco mais dentro do teu casulo
Faço de conta, que sou teu e tu és meu assumo
Onde me entrego e tu te das a conhecer

Que ninguem vá, onde vou
Nunca estás, onde estou
Que ninguém fale, de quem falou
Nunca digas quem eu sou

Da próxima vez vou querer toda a tua atenção
Vou esperar que me estendas a mão
E que me deixes cair a seguir

Mais que uma vez puseste à prova o teu sexto sentido
Depois dás o dito por não dito
Como eu gostava de te compreender ...

Quero ser, a solução do teu problema
Participando nesse mesmo esquema
Que só tu sabes entender

Queria ter, só um pouco desse teu talento
Tiro as vogais e ponho os acentos
Estou preparado pro que der e vier

Que ninguem vá, onde vou
Nunca estás, onde estou
Que ninguém fale, de quem falou
Nunca digas quem eu sou"

9 de outubro de 2013

Cada vez mais




"Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros.
Apreciem cada momento.
Agradeçam e não deixem nada por dizer, nada por fazer."
António Feio

7 de outubro de 2013

Nunca te esqueças das palavras que nunca te direi


Chega o tempo em que te lembras de histórias, sonhas memórias, brincas com as palavras procurando esconder o que o coração quer dizer. Não são tempos melancólicos, são gestos delicados, sorrisos que parecem tocar, que não te cabem nas mãos. Sorrisos escondidos, não de saudade, são intensos momentos de desejo guardado. Guardo comigo um primeiro beijo, sem nunca tu dizer fui gravando cada cheiro do teu corpo, cada luz do teu rosto, cada palavra ao ouvido, cada silencio desmedido. Lamento guardar-te sem o saberes, seres minha sem me teres, errei muito, errei contigo, errámos juntos. Fomos as crianças mais amadas, fomos os lugares marcados, fomos as palavras de Shakespeare em diversas noites enluaradas, nós fomos e somos tudo mesmo não sendo nada. De tudo o que vivemos e sonhámos só te peço: "nunca te esqueças das palavras que nunca te direi".