5 de setembro de 2015

Sou o que me tornei

Nasci com a certeza de querer viver sem as certezas do que outros dizem ser a vida, jamais esbanjaria a fortuna que é a vida na roleta russa de caminhos já calcorreados por tantos outros. 
Cresci dentro da revoltada esperança que se espelha nos olhos e rostos de crianças do mundo, tanta vez chorei com a dor dos pesadelos da indiferença mas por mais vezes sonhei com este meu mundo de sorrisos rasgados, bolas de sabão e roupa suja de uma vida vivida.
Morrerei por certo um dia, talvez com a minha esperança cumprida, talvez com um sorriso nos lábios, bolas de sabão pelo ar e uns trapos no armário. Não sei se algum dia farei história, mas com toda a certeza tudo farei para viver a minha.
Somos isto... nascimento, vida e morte, o importante é o que fazemos desde o momento em que os olhos abrem até que por fim se fecham.

Nacionalistas de tanga



PNR que esteja bem atento, a partir de agora é só recrutar, andam tão nacionalistas que até dá medo das eleições... Lembrem-se da merda que andaram a fazer de 74 para trás por outros continentes, no estado em que deixaram povos, completamente à mercê de oportunistas como José Eduardo dos Santos.
Fechem as fronteiras, construam muralhas do Algarve ao Minho, construam a vossa terra dos "orgulhosamente sós" que um acéfalo tanto vos incutiu. Não me sentiria triste se visse alguém com 60 anos defender de forma tão absurda o desdém de acolher refugiados, mas pessoas que estudaram como outros não puderam... Escolarização não é mesmo educação, desculpem.

14 de maio de 2015

Maybe you're my but

Seria tão mais simples escutar-te sem as inquietações do passado, sem receios do futuro, com o coração na boca. Talvez apreciasses mais o que digo sem estas minhas cicatrizes do que fui, sem a incerteza do que sou ou serei. Não sei se algum dia nos conheceremos por completo, se o jogo acabará com vencedores ou vencidos ou fugirás sem acabá-lo. Mas… de alguma forma a piada do jogo está na dificuldade de jogá-lo, de te conhecer com aquilo que te marca, de descobrir a cada passo que damos a certeza do que quero e da responsabilidade do que me vais permitindo ter.
Não tenho medo de ti nem dos teus medos, apenas receio que o amanhã não me traga alguém que saiba jogar tão bem quanto tu. E como não confio no vento para me trazer o que quero vou jogando e aceitando as regras que ao acaso criamos. Talvez a vida seja mesmo para ser vivida sem promessas, talvez o som do mar enquanto te contas me percorra as veias eternamente, talvez as palavras que escondes sejam o melhor silêncio de sempre.
But… I’m thinking so loud… I Guess you’re listening me

6 de abril de 2015

Talvez desista de desistir

Tenho saudades tuas sabes? Saudades desse teu cheio, do teu abraço apertado e da vontade de ter junto de mim, mesmo nos dias mais quentes, de te beijar ainda com água salgada a percorrer-te os lábios… É, sinto saudades, sinto mesmo… saudades das noites mais frias, dos mesmos lugares para onde ir, das conversas nunca repetidas e dos melosos sussurros. 
Acredito ainda que não mudaste, que tens dentro de ti aquela menina que conheci, defensora do mundo, difícil de perceber mas que eu já entendia tão bem. É incrível como a saudade bate quando te leio a mente, desculpa a ousadia.

Vendo bem, ainda nada mudou, continuo o mesmo cobarde de sempre, que receia a palavra, o sorriso, até mesmo o convite que prevejo que receies. Tu também tens um pouco do que eras, notei. Essa forma de me mandar à merda sempre foi tão subtilmente tua. Vou sorrindo com o que escrevo e vou lembrando, serás ainda tão louca como tímida? 
Por vezes sinto que me arrasto e arrasto o tempo comigo na esperança de que tudo um dia dê certo e junte por fim as peças, mas é nestas minhas caminhadas que percebo que mais uma vez sou cobarde, não sei se te arraste comigo ou se para ti a estrada chegou ao fim. Neste dilema acendo um cigarro à tua porta, queimando-me tão lentamente sobre as promessas e oportunidades que gastei. As memórias lembram, o futuro tarda e as saudades não passam. Tu sabes do que falo, não sabes? Falo da guerra que o sono perdia contra a vontade de ti, hoje não foi diferente.

 Não vale contar, só viver? Contei demasiado sem viver.