31 de agosto de 2013

Improviso


"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso." 
Fernando Pessoa

24 de agosto de 2013

Um dia, talvez...


Um dia talvez eu pegue simplesmente na mala, talvez corra o mundo e aproveite cada segundo como se esse tudo fosse quase nada.
Um dia talvez ofereça um livro, abra a mente de uma criança, talvez a faça abraçar o mundo a cada página que vira, a cada palavra lida, talvez por mim escrita quando aprendi a provar as entrelinhas da vida.
Um dia talvez sinta os aromas que sentira outrora em páginas de livros de gente loucamente viva, gente que correu o mundo à procura de si mesma, e que acabou encontrando-se em todo o mundo.
Um dia talvez experimente as sensações mais estranhas, emoções que me arrepiem até às entranhas.
Um dia talvez não seja mais o miúdo que acreditava que podia mudar o universo ou talvez eu realmente mude tudo e isto seja uma mera premonição escrita em verso.
Um dia talvez mude tudo em mim, ou talvez nada. Um dia talvez mude ideias, convicções, sonhos ou talvez seja eu simplesmente a mudança.
Um dia, talvez...

21 de agosto de 2013

It's only a matter of time

I need something serious, something real, maybe something like you.

They say I'm caught up in a dream


A música que conta tudo aquilo que penso, simplesmente perfeita.

"Feeling my way through the darkness
Guided by a beating heart
I can't tell where the journey will end
But I know where to start

They tell me I'm too young to understand
They say I'm caught up in a dream
Well life will pass me by if I don't open up my eyes
Well, that's fine by me

So wake me up when it's all over
When I'm wiser and I'm older
All this time I was finding mysel
And I didn't know I was lost

So wake me up when it's all over
When I'm wiser and I'm older
All this time I was finding myself
And I didn't know I was lost

I tried carrying the weight of the world
But I only have two hands
I hope I get the chance to travel the world
But I don't have any plans
I wish that I could stay forever this young
Not afraid to close my eyes
Life's a game made for everyone
And love is a prize

So wake me up when it's all over
When I'm wiser and I'm older
All this time I was finding myself
And I didn't know I was lost

So wake me up when it's all over
When I'm wiser and I'm older
All this time I was finding myself
And I didn't know I was lost"

12 de agosto de 2013

3 de agosto de 2013

I follow



"Nada deveria impedir um Homem de seguir o seu futuro"

3 Idiotas


Diria que é um filme... idiota! Não é aquele humor de desatar a rir à gargalhada, chorar de tanto rir e doer as bochechas de não conseguir parar. MAS, é um filme cheio de intenção, carregado de mensagens para o povo indiano mas penso que também se adapta para todo o mundo. Esta ganância do sucesso, do poder e do "eu tenho " simplesmente não significa nada para quem apenas procura a excelência.

Ninguém Tem Pena das Pessoas Felizes




A propósito de comentários a criticar a intenção de Cristiano Ronaldo comprar um ferrari enquanto que existe pessoas a passar mal em Espanha e em Portugal, lembrei-me de um enorme escritor: Miguel Esteves Cardoso. É de facto difícil ser feliz perto de infelizes. 

"Ninguém tem pena das pessoas felizes. Os Portugueses adoram ter angústias, inseguranças, dúvidas existenciais dilacerantes, porque é isso que funciona na nossa sociedade. As pessoas com problemas são sempre mais interessantes. Nós, os tontos, não temos interesse nenhum porque somos felizes. Somos felizes, somos tontaços, não podemos ter graça nem salvação. Muitos felizardos (a própria palavra tem um soar repelente, rimador de «javardo») vêem-se obrigados a fingir a dor que deveras não sentem, só para poderem «brincar» com os outros meninos. 
É assim. Chega um infeliz ao pé de nós e diz que não sabe se há-de ir beber uma cerveja ou matar-se. E pergunta, depois de ter feito o inventário das tristezas das últimas 24 horas: «E tu? Sempre bem disposto, não?». O que é que se pode responder? Apetece mentir e dizer que nos morreu uma avó, que nos atraiçoou uma namorada, que nos atropelaram a cadelinha ali na estrada de Sines. 
E, no entanto, as pessoas felizes também sofrem muito. Sofrem, sobretudo, de «culpa». Se elas estão felizes, rodeadas de pessoas tristes, é lógico que pensem que há ali qualquer coisa que não bate certo. As infelizes acusam sempre os felizes de terem a culpa. É como a polícia que vai à procura de quem roubou as jóias e chega à taberna e prende o meliante com ar mais bem disposto. Em Portugal, se alguém se mostra feliz é logo suspeito de tudo e mais alguma coisa. «Julgas que é por acaso que aquele marmanjo anda tão bem disposto?», diz o espertalhão para outro macambúzio. É normal andar muito em baixo, mas há gato se alguém andar nem que seja só um bocadinho «em cima». Pensam logo que é «em cima» de alguém. 

Ser feliz no meio de muita gente infeliz é como ser muito rico no meio de um bairro-de-lata. Só sabe bem a quem for perverso. 
Infelizmente, a felicidade não é contagiosa. A alegria, sim, e a boa disposição, talvez, mas a felicidade, jamais. Porque a felicidade não pode ser partilhada, não pode ser explicada, não tem propriamente razão. Não se pode rir em Portugal sem que pensem que se está a rir de alguém ou de qualquer coisa. Um sorriso que se sorria a uma pessoa desconhecida, só para desabafar, é imediatamente mal interpretado. Em Portugal, as pessoas felizes sofrem de ser confundidas com as pessoas contentes. "

Miguel Esteves Cardoso