19 de março de 2013

Amigos não contam cromossomas!

Talvez fruto da minha juventude e imaturidade, via pessoas com deficiências (sim, chame-mos as coisas pelos nomes, porque somos diferentes) com um certo receio, não sabia o porquê disto, ainda hoje não o sei. Tinha medo, era-me estranho, era confuso, não conseguia entende-los. Até que do acaso um miúdo (é muito mais velho que eu) de seu nome João vê me num parque de campismo e começa a jogar ás escondidas comigo (sem eu saber). Escondia-se atrás de um tão estreito poste que eu conseguia vê-lo perfeitamente. Entrei no jogo, fingi também esconder-me mas muito exposto, ele ria-se, gozando comigo pelo facto de não me saber esconder partilhava então isso aos seus imaginários amigos teletubbies. Aproximei-me lentamente, assustei-o com a minha presença e ele desata a fugir. É então que um amigo meu (que já o conhecia)o chama, ele aproxima-se, ainda que desconfiado... cumprimenta-nos e pergunta se queremos jogar ás cartas (o jogar ás cartas para ele era tão somente baralhar e pronto, ganhava SEMPRE!). Apresentou-me os seus amigos e eu entrando no jogo, dizia-lhe, "olha João  o Po está a ir-se embora", ele ria-se e dizia: "não está nada, está aqui ao meu lado, és maluco" e dava-me um valente empurrão amistoso. Conversámos e ficámos amigos nuns 30 min até a irmã o vir buscar e reti que apesar de irrealista, a vida dele era simples, sem limites e sobretudo FELIZ! São de facto pessoas muito especiais e capazes de nos fazer ver o mundo com outros olhos. Tenho saudades deste meu amigo de 30 minutos.

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